terça-feira, 10 de novembro de 2009

Apenas um olhar durante duas vezes


Era uma grande noite de chuva. O vento forte balançava as folhas das árvores fazendo um breve ruído. Eduardo acabava de chegar de uma festa e tentava encontrar seu carro naquele emaranhado de ruas. Chovia demais naquele momento e ele não sabia como fazer para lembrar onde tinha deixado o carro. Duda, seu apelido, resolveu seguir adiante numa rua em que alguma coisa lhe dizia que estava o carro. Foi andando apertando o casaco grande para retirar um pouco a água presa, e quanto mais se locomovia mais sentia a chuva descer pelo seu rosto, deixando seus olhos ardendo. Andava... Ao mesmo tempo em que fazia isso, não olhava para trás, pois achava que se olhasse iria ver o que não queria. Então continuou caminhando. Até que por um momento percebeu que uma pedra caiu em seus pés. Não era simplesmente uma pedra no caminho, pela velocidade que bateu nele, notou que ela foi jogada.

Duda adiantou o passo. Entretanto, sentia que enquanto andava mais rapidamente, uma sombra lhe surgia pela parede úmida da rua. Continuou sem olhar para trás. Mais uma vez percebeu alguma coisa. Não, não era outra pedra. Era um barulho pequeno, mas por causa do silêncio do local, ele havia percebido. Passou a andar atento ao pequeno barulho e descobriu que era os passos de alguém pisando no sapato molhado. Eduardo então resolveu olhar para trás. Havia chegado a hora de descobrir como aquela pedra tinha chegado ao seus pés e quem estava o seguindo. Olhou... Mas nada viu!

E assim foi andando. Sentiu um alivio e pensou: “não deve ser nada demais...”. A cada passo que dava percebia mais ainda que algo ou alguém estava lhe seguindo. Porém, não quis olhar novamente para trás. Ao chegar no final da rua, ouviu o mesmo barulho de alguém com sapatos molhados, entretanto, estava muito mais intenso e mais rápido. Eduardo resolveu olhar para trás e logo em seguida andar mais rápido ainda do que estava. Olhou... e dessa vez percebeu que um homem de capuz preto vinha em sua direção. Duda começou a correr para o local mais claro e próximo possível. Em sua frente enxergou um carro estacionado e chegando mais perto, percebeu que era o seu.

Chegando no carro, Eduardo abre a porta, entra, trava tudo e deixa as janelas fechadas. Coloca a chave rapidamente para sair do local, mas o carro não liga. Ele tenta mais uma vez, e nada acontece. Duda olha pelo retrovisor para olhar se alguém aparece. Nesse instante ele enxerga novamente um rapaz de capuz preto andando em direção ao carro. Ele liga o carro de novo. Sem sucesso. Tenta procurar o homem do capuz pelo retrovisor novamente. Leva um susto quando alguém bate com força em seu vidro. Era ele. O homem do capuz. Eduardo finge não ver a batida e fica tentando ligar o carro para sair logo dalí. Então o rapaz bate com mais força para que Duda olhe para ele. Os olhares se cruzam. O homem o olhava fulminante, enquanto era nitidamente perceptível o olhar amedrontado de Eduardo.

Já passava das três horas da manhã e a única coisa que Duda queria era chegar em sua casa. Ele olhou para o lado e fez sinal com a mão para o homem do capuz, indagando o que ele queria alí. O rapaz sem nada a dizer, bateu mais uma vez em sua janela e tentou abrir a porta do carro sem conseguir por causa das travas. Então saiu andando em frente como se fosse embora. Eduardo ficou super aliviado por ele ter desistido e tentou ligar o carro mais uma vez. Não conseguiu.

Passaram cinco minutos e Duda não havia saído do lugar. Na frente do carro percebe a chegada de alguém novamente. Olhou bem e quando percebeu era o homem do capuz. Ele não estava só, trazia com ele uma madeira grande nas mãos. Duda se desespera. Força o carro várias vezes seguidas a ligar e não consegue. Até que quando o homem do capuz consegue chegar perto do seu vidro, Eduardo liga o carro rapidamente e consegue fazê-lo funcionar, saindo numa velocidade extremamente alta.

Seguiu o caminho de casa aliviado. O que mais queria era chegar e tomar um banho bem quente para não pegar um resfriado. Conseguiu. Ao chegar, tirou aquela roupa molhada, tomou um banho e foi fechar as janelas para dormir. Fixou seu olhar na chuva forte que caia lá fora e avistou uma sombra. Olhou novamente e tentou enxergar quem estava na rua uma hora daquelas. Ao observar, viu uma pessoa muito molhada. Continuou reparando. E do nada, quando menos esperava aquele olhar fulminante lhe notava mais uma vez. Era ele. O homem do capuz que surgia em sua vida.

9 comentários:

  1. Uiiiiiiii.. gostei.. parecia q estava lendo um script de uma novela mexicana!! kkkk..
    Brincadeira.. mais está muuito bom mesmo... Parabéns pelo post!

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  2. kkkkk... novela mexicana foi ótimo Astor! rsrs Obrigadaa! BeeijO

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  3. Tá ótimoo isso heim colega..
    Parabéns!
    Continua a escrever que você tem futuro!
    Beijoos

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  4. Gostei amiga, muuuuito suspense!!!huhuuhu

    ISIS

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  5. quase preciptei uma lágrima...
    eu também escrevo, você me deu inspiração para voltar meu blog, depois conversamos.
    um beijo.



    Burns

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  6. Que bom Arthur!! Espero que realmente você volte a escrever, pois é uma das melhores maneiras de mostrarmos as diversas maneiras de observarmos a vida!
    BeeijO

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