quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Minha vida de logo mais



Tinha sido uma linda manhã de sol. Ângela estava exausta, tinha acabado de chegar do seu primeiro trabalho, quando lembrou que precisava escrever um texto para logo mais a noite. Fernando, seu marido, tinha deixado mais uma vez em cima da pequena mesa da sala o bilhete: “Não se preocupe com nada... Olhe ao seu redor, reflita suas vontades e expresse-as através de seus textos. Eu te amo!”. Ângela se direciona ao quarto com o pequeno bilhete na mão, coloca-o em seu emaranhado de papéis pendurados numa tela branca na parede. Liga a televisão. A desliga no mesmo momento. Percebe que está na hora de escrever e então começa.

“Como falar de assuntos do cotidiano misturados com a atualidade? É como tentar ouvir a televisão e o rádio ao mesmo tempo, sem saber onde encontrar o vies para tamanha situação. Entretanto, tentemos nos concentrar em nossos pensamentos, juntamente com os acontecimentos. A televisão acaba de confirmar uma morte. O rádio acaba de repassar uma música e logo depois a notícia de um nascimento importante. Aí então percebemos o quanto o mundo está o tempo todo em transformações, modificações e recriações da realidade. Mas como abordá-las? Necessito afirmar que o literário se entrelaça com o real e vice-versa. Tudo começa a partir do encontro do imaginário com a realidade. Porém, como criar algo valorativo, se a própria mídia contribui para que as coisas se reproduzam o tempo todo? É melhor não imaginarmos demais determinadas situações...”

Ângela levanta de sua cama, onde estava sentada escrevendo e vai andando pela casa. Sente falta de algo, mas não sabe explicar o que é. Abre a porta da sala, percebe uma tímida passagem de alguém. Ele a olha. Ela retribui com um olhar amedrontado. Passa as mãos pelos cabelos soltos e fecha a porta. Vai à janela e leva um susto quando percebe que ele tem uma foto sua nas mãos. Ela grita. Ele chora. Ela segue-o com o olhar e ele vem em sua direção. Ângela fecha as janelas rapidamente e escuta um breve ruído do silêncio. Silêncio esse que fala com ela e é interrompido quando alguém bate em sua porta. Ela sente medo. Ele sente ânsia. Uma voz surge e o silêncio reaparece logo depois.

Uma batida é notada mais uma vez em sua porta. Ela resolve abrir, mas antes disso corre em seu quarto, pega a folha escrita em cima de sua cama e a dobra em suas mãos. Ele a olha. Ela abaixa a cabeça percebendo suas nervosas mãos. Escuta sua voz. Era ele, Fernando. Ângela lembra de um pequeno trecho de sua escrita e reproduz naquele exato momento: “O mundo está o tempo todo em transformações, modificações e recriações da realidade... Tudo começa a partir do encontro do imaginário com essa realidade...”. Nesse momento Fernando chega mais próximo e te deixa um beijo na testa. Ela então começa a lembrar do seu dia e de suas dificuldades. Seu dois e únicos trabalhos: Conversas com o psicólogo, para recuperação de sua memória, e a criação de textos para posteriormente a análise de suas percepções. Acaba, sem querer, de lembrar que seu dia-a-dia sempre será sua vida de logo mais.

14 comentários:

  1. jél gostei da historia...
    o final diz tudo...
    bjsss
    gostei do blog..

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  2. Seus textos sempre tão bons meu amor! Deus te deu o dom da escrita... Te amo!

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  3. kkk adoreiii... não sabia de tanto talento assim não jel! beijosss kau

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  4. amiga tah lindo teu blog!!!!parabéns xeruuu!!!!

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  5. Obs: Entrei pelo de Leandro! rsrs..
    Jel muito interessante essa história, retrata de fato a nossa vida cheia de ambiguidades. Puxou a mamae falar e escrever bem!

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  6. Muito bom seu texto!
    Continua a escrever que vc tem talento!
    Beeeijoos

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  7. Interessante a história migah! Adorei o blog viu?
    Bjos!

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  8. Interessante a história! Seu blog tá fofo!
    bjos!

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  9. Pooxa adoreiiiii Jel liinda ms

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  10. poxxa tá de parabéns heinn?? evoluiu pra caramba em relação a antes bjosss saudades!!!

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  11. gostei muito anjo, essa minha amiga além de linda é muito talentosa. Deus te abençõe gata!!!

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  12. Poxa Tatinha!!!
    Não bastava ser bonita!!!
    Tinha que ser, também, tão inteligente!!!
    Como linguista, vejo a perfeição e beleza com que escreve seus textos. Como homem, continuo te admirando pela mulher inteligente e carinhosa que tens te mostrado.
    Parabens!!!
    Dito.

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  13. Amiga está ótimo os seus textos, parabéns bjs!

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